Burnout e Exaustão Emocional: o que sua angústia está tentando lhe dizer?

Você sente que está vivendo no automático, esgotado, sem forças para continuar? Talvez o que você chama de “cansaço” seja, na verdade, um sinal mais profundo: um pedido silencioso de sua existência por sentido e mudança. Neste texto, convido você a compreender o que é a exaustão emocional sob a perspectiva humanista e existencial da logoterapia e descobrir como a psicoterapia pode ajudá-lo a reencontrar equilíbrio, autenticidade e propósito. Permita-se essa leitura transformadora.

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Escrito por Andréa Feijó

5/30/20253 min ler

a woman sitting in front of a laptop computer
a woman sitting in front of a laptop computer

Vivemos tempos em que o trabalho, que deveria ser expressão de nossas potencialidades, frequentemente se transforma em um fardo pesado, capaz de nos conduzir a uma profunda exaustão emocional. A Síndrome de Burnout, como é conhecida, não é apenas um diagnóstico clínico — é também um chamado existencial, uma interpelação silenciosa que convida a pessoa a repensar sua forma de estar no mundo, seus valores e escolhas.

Na prática clínica, especialmente na abordagem fenomenológico-existencial e logoterapêutica, reconhecemos que a exaustão não se restringe aos aspectos físicos ou psicológicos; ela toca o mais íntimo da existência, afetando o modo como o indivíduo se relaciona consigo, com os outros e com o próprio sentido de sua vida.

O que é, afinal, a Síndrome de Burnout?

Burnout não é simplesmente "cansaço". Trata-se de um estado de esgotamento profundo, caracterizado por uma sensação persistente de impotência, distanciamento afetivo e perda de interesse pelas atividades que antes faziam sentido. Muitas vezes, a pessoa começa a viver no modo automático, cumprindo tarefas por obrigação, mas desconectada de qualquer motivação mais autêntica.

Essa desconexão, na perspectiva da logoterapia, evidencia um vazio existencial: um espaço que clama por sentido e, quando não preenchido, gera angústia, desamparo e adoecimento.

Por que chegamos a esse ponto?

Cada vez mais, somos pressionados a produzir, a ser eficientes e a corresponder a expectativas externas, muitas vezes negligenciando aquilo que é essencial e que confere significado à nossa existência. Na ânsia de "dar conta de tudo", ignoramos os sinais do corpo, da mente e da alma, que pedem pausa, reflexão e reconexão com aquilo que realmente importa.

O ser humano, como bem destaca Viktor Frankl, não está apenas em busca de prazer ou poder, mas, sobretudo, de sentido. Quando essa busca é frustrada ou esquecida, abre-se espaço para o sofrimento e para estados de esgotamento.

Como identificar se você está vivendo um processo de Burnout?

  • Sensação constante de fadiga, mesmo após repouso;

  • Diminuição do entusiasmo e da motivação no trabalho;

  • Sentimentos de inadequação ou de fracasso pessoal;

  • Irritabilidade e dificuldade de concentração;

  • Isolamento social e afetivo;

  • Despersonalização: tratar a si e aos outros de forma mecanizada e fria.

Estes não são sinais de fraqueza, mas indicativos de que algo em sua vida pede mudança, cuidado e escuta.

O papel da psicoterapia existencial no enfrentamento do Burnout

O tratamento não se resume à mera redução dos sintomas. A psicoterapia, sobretudo sob o olhar da Análise Existencial e da Logoterapia, busca compreender o fenômeno em sua totalidade: o que este esgotamento revela sobre sua forma de viver? Quais valores foram negligenciados? Que escolhas foram feitas — ou evitadas — ao longo do caminho?

A escuta clínica, nesse contexto, não é apenas técnica, mas ética e existencial: oferece um espaço seguro para que a pessoa possa se reconhecer, resgatar sua autonomia e reorientar sua existência a partir de valores que promovam saúde, autenticidade e sentido.

Mais do que "curar", trata-se de reconciliar-se consigo mesmo, de reencontrar o fio condutor da própria vida, que talvez tenha sido perdido em meio às pressões e exigências cotidianas.

Existe um caminho possível e necessário

Não se trata de abandonar o trabalho ou romper com todas as responsabilidades, mas de aprender a estabelecer limites, a discernir o que é essencial e a cultivar um modo de ser que respeite suas necessidades humanas fundamentais: descanso, afeto, expressão criativa e sentido.

A exaustão emocional é, muitas vezes, um apelo silencioso por mudança — não apenas nas condições externas, mas, sobretudo, na maneira como se vive e se posiciona diante da existência.

Se você sente que o seu corpo e a sua alma estão esgotados, talvez seja o momento de se permitir essa escuta profunda e cuidadosa.

Na psicoterapia, você encontrará não apenas alívio, mas um espaço de reflexão e fortalecimento, onde poderá, com serenidade, reconstruir sua trajetória a partir de escolhas mais conscientes e significativas.

Se este texto ressoou com a sua experiência, agende um atendimento e permita-se ser acompanhado nesse caminho de reencontro com você mesmo.